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quarta-feira, outubro 10

Chove no outono do nosso desencanto


Fiquei na varanda sem ninguém me ver
A ouvir chover
Com a alma a doer
Senti saudade de ouvir

A água no pátio a bater
O pingante por entre a telha a escorrer
Antes de conhecer
Quem tanto mal me iria trazer  
Por sentir paixão que é perdição
Ao invés de amor que é compaixão
Depois ter de sobreviver
Ser obrigada a entender
Se chove uma noite inteira
Raia o sol ao amanhecer
Nada dura para sempre nem sequer a dor
Com a graça de Deus Pai Nosso Senhor  
Senhor Deus do Universo que é Amor
Peço perdão por tudo que digo e faço sob o domínio da dor.
F.M.