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segunda-feira, março 21

Jornadas Literárias-Misericordia de Fafe

A Poesia saiu à rua Segunda feira dia 21 de Março, primeiro dia de Primavera, Dia Mundial da Árvore e Dia Mundial da Poesia. Foi também, o ultimo dia das II Jornadas Literárias de Fafe. Para assinalar todas estas datas os organizadores do evento numa atmosfera primaveril, trouxeram a poesia para a rua. Durante o percurso, o presidente do Núcleo Artes e Letras de Fafe, Dr. Artur Coimbra acompanhado por alunos e professores da Secundária visitaram e declamaram para os idosos do Lar Cónego Leite de Araújo poemas com "Palavras de Liberdade" fruto da criação e inspiração dos poetas da nossa terra. Poemas para o dia da árvore. Árvores para o dia da poesia Poema das Árvores As árvores crescem sós. E a sós florescem. Começam por ser nada. Pouco a pouco se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo. Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos, e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se. Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores, e então crescem as flores, e as flores produzem frutos, e os frutos dão sementes, e as sementes preparam novas árvores. E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas. Sem verem, sem ouvirem, sem falarem. Sós. De dia e de noite. Sempre sós. Os animais são outra coisa. Contactam-se, penetram-se, trespassam-se, fazem amor e ódio, e vão à vida como se nada fosse. As árvores, não. Solitárias, as árvores exauram terra e sol silenciosamente. Não pensam, não suspiram, não se queixam. Estendem os braços como se implorassem; com o vento soltam ais como se suspirassem; e gemem, mas a queixa não é sua. Sós, sempre sós. Nas planícies, nos montes, nas florestas, A crescer e a florir sem consciência. Virtude vegetal viver a sós E entretanto dar flores. António Gedeão

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