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domingo, janeiro 23

O rio da minha aldeia, não faz pensar em nada.

Visitei o rio Vizela que passa na minha aldeia e encontrei-o mais limpo e lindo que nunca. Ficamos ali algum tempo, o rio e eu, a lembrar do tempo que passamos juntos. Eu, na margem e ele sempre a correr.

A água, não pode ser cortada por um machado, ou ferida por uma faca. Nisso reside a sua força. Adapta-se às circunstancias e segue o seu caminho através dos montes e dos vales, rumo ao seu destino que é o mar.

Do rio que tudo arrasta se diz que é violento.
Mas ninguém diz violentas
As margens que o comprimem
Brecht

Já em casa, olhei para a serra enquanto a noite caía e apareciam as primeiras luzes. Por instantes, pareceu-me ouvir lá longe em alguma torre de Igreja o toque das Trindades.


Recordei no silencio, do tempo, em que era criança e ouvia ao anoitecer o toque das Trindades, quando o crepúsculo invadia a terra e as mães interrompiam os nossos folguedos, e nos chamavam, a nós as crianças para o interior da casa, era hora de recolher e de se rezarem as Ave Marias. O toque das Trindades era a divisão entre o dia e a noite, a luz e as trevas.



Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
(Alberto Caeiro)






Museu de Santa Rita
A água é um bem precioso e essencial a todas as formas de vida. Rarasvezes nos apercebemos do quanto somos felizes por ter esse recurso natural ao nosso dispor e que afecta a nossa vida de forma tão positiva. É dever de todos nós ter pela água grande respeito e salvaguardar a sua pureza. Também devemos ter em mente que os recursos existentes na natureza são de toda a humanidade e uma herança que temos que deixar ás gerações futuras. E foi através da água que na nossa freguesia se construiu a primeira grande obra da primeira República no concelho de Fafe. A Central Hidroelétrica de Santa Rita entrou em funcionamento em 5 de Outubro de1914 e a Freguesia de Fornelos, a Vila de Fafe e Golães passaram a integrar o conjunto das primeiras povoações do Norte de Portugal a serem contempladas com energia eléctrica, o que contribuiu muito para o desenvolvimento da sua qualidade de vida. Este empreendimento, de grande importância para a época, deveu-se a uma notável figura fafense, o Dr. José Summavielle Soares. A tecnologia das centrais hidroeléctricas possibilita a produção de energia eléctrica a partirde energia hidráulica, de modo fácil, barato e não poluente. Com a nacionalização da rede de produção e distribuição de energia eléctrica a Central de Santa Rita foi desactivada, embora o bom estadodos seus equipamentos lhe permitam retomar a actividade a qualquer momento, constituindo um autêntico museu vivo. Em virtude desta situação e do seu interesse histórico, como marco significativo do processo de electrificação no Noroeste de Portugal, a Câmara Municipal de Fafe decidiu em meados da década de 1980 restaurar as suas instalações, criando o Museu Regional de Electricidade, o primeiro do seu género no nosso país.

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