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quarta-feira, outubro 26

Solidariedade

Uma linda trepadeira foi plantada, um dia, no alto de um monte.
mas, pouco tempo depois de plantada, ao crescer, veio o mau tempo.
O vento era desabrido. A pobre trepadeira esperava a cada passo ser destruida pelos temporais.
Por isso andava triste, ela que fora criada para subir, trepar.
Passou, nisto, uma formiga e disse-lhe:
Como é triste o teu viver assim isolada! Eu sou pequenina, sou fraca, mas, ao menos, posso mover-me, fugir dos temporais, procurar a minha tocazinha.
É verdade! Respondeu a trepadeira. Não sei como tens pão todos os dias. Eu, para me alimentar, tenho de estar presa à terra, não me movo daqui. Mas, se me alimento assim presa sempre ao meu torrão, tambem não posso evitar o tempo, que ameaça despedaçar-me, porque não posso fugir-lhe.
Mas repara em que, se tenho pão, é porque me alio às minhas irmãs, pois trabalhamos todas para o mesmo formigueiro, as fracas e as fortes. Se não nos auxiliarmos umas às outras, que será de cada uma de nós?
Retirou-se a laboriosa formiga.
A trepadeira refletiu. Um grande castanheiro se erguia a dez passos.
E se eu me enroscasse naquela árvore valente? Pensou ela. O castanheiro dar-me-ia amparo, e eu dar-lhe-ia mais beleza e graça.
Assim foi. Foi-se arrastando até à raiz da grande árvore. O castanheiro recebeu-a generosamente. Dali a dias, a trepadeira, enroscada no seu poderoso amigo, não temia os temporais.
Pelo contrário, cada vez mais viçosa, parecia uma grinalda no tronco dum gigante.


*Quem à boa árvore se chega, boa sombre o cobre*

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